mexendo nas pilhas de livros, encontrei dois do manoel de barros me esperando escondidinhos. por mais bizarro que pareça, não lembrava que os tinha...
abri um dos livros ao acaso, o livro das ignorãças, para ver se a poesia lia meu momento. e leu, como sempre.
"Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas."
"XIII
As coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul -
Que nem uma criança que você olha de ave."
Um comentário:
<3.
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