quinta-feira, 5 de abril de 2012

dia #18 - helô

foi o conto "o peru de natal", do mário de andrade, que despertou em mim a vontade de saber como uma pessoa conseguia escrever algo com que eu me identificava tanto. como ele, tantos anos antes de eu nascer, já sabia alguns de meus segredos, de segredos de pessoas da minha família? como havia lido meus pensamentos? com certeza, se tivéssemos vivido na mesma época, eu nutriria uma paixão platônica pelo mário de andrade. talvez eu até fosse mais uma anita malfatti na vida dele, de tanto que o admiro.
um dia, a kelly me contou que seu marido queria publicar sua dissertação que tinha como tema mário de andrade. arregalei o coração e logo liguei para a selma, na humanitas, para ver quais eram os trâmites de publicação por lá. ela disse que ele precisaria de uma carta de recomendação. perguntei o que achava de eu falar com o professor ceschin, e ela me disse que achava que era legal.
escrevi para ele com a maior cara de pau que os deuses me deram, fazia mais de sete anos que nem ao menos eu dera as caras na faculdade para falar um oi, nem para agradecer algumas palavras que ele me presenteou e que fizeram eu me olhar de maneira diferente. como sempre, e não poderia ser diferente, ele foi muito receptivo, delicado, se dispôs a ler o trabalho e me disse para esperar um pouco. o professor ceschin é um senhor professor doutor da usp que sempre conversou de igual para igual conosco, pobres mortais alunos, e sempre nos incentivou e nos colocou para cima. ele é uma pessoa simples de alma, o que é raríssimo de se encontrar, principalmente no meio acadêmico. hoje ele me escreveu, pedindo para entrar em contato com ele depois do dia 13 de abril. e terminou com um "p.s." que preciso dividir com minha amiga poeta: "O livro da Lilian está magnífico!".

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