sábado, 14 de abril de 2012

dia #26 - Carlos

Antes de eu me tornar professor, achava uma vantagem da profissão suas duas férias anuais. Hoje, sabendo que o meu ofício nunca acaba com o fim do expediente, estou mais do que convencido da necessidade dessas férias, principalmente quando sentimos o esgotamento mental que semanas como essa (correção de provas, preenchimento de diários, faltas, fechamento de médias, aulas, correção de apostilas...) nos causam. Mas não somos só nós, professores, que terminamos a semana estafados. Os alunos também não conseguem esconder a fadiga.

Depois de duas aulas fazendo uma prova, meus alunos estavam com a mesma cara que nós ficamos no fim do expediente de uma sexta-feira. Recolhi a prova aplicada por outro professor, olhei o relógio e vi que dava tempo. Procurei uma bola e desci com as crianças para o campão.

Eu precisava daquele ar, eles também. Meninos e meninas chutavam a bola sem se preocupar em marcar gol. Era risada, chute e a turma toda indo de um lado pra outro feito cardume.

Numa dessas idas atrás da bola, flagrei o goleiro sozinho na área. Sem se incomodar com a solidão momentânea, ele começou a dançar, cantar e brincar...

Me encheu de alegria ver as crianças fazendo o que elas sabem fazer de melhor.


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